Policial

Uma retroescavadeira, três tratores e um batalhão da PM contra… uma estrada de terra

Advogados da Prefeitura acusam autor (Quirino) de denúncia de calúnia, difamação, falsa comunicação de crime e uso político da Polícia Militar para atacar servidores públicos.

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Em Patrocínio, arrumar estrada rural agora é caso de polícia. Literalmente. E não é força de expressão.

Hoje, terça-feira 1, o 46º Batalhão da PM foi mobilizado para investigar — pasmem — uma estrada de chão batido sendo recuperada pela Prefeitura com base em solicitação formal da comunidade e ofício de uma vereadora. O que deveria ser rotina de gestão pública virou teatro de denúncia e palco para protagonismo vazio.

Tudo começou com Juliano Alan Quirino, que procurou a Polícia Militar afirmando ter recebido ligações “denunciando” que maquinários da Prefeitura estariam prestando serviços particulares numa fazenda.

Sem provas, sem flagrante, mas com um bom enredo, a denúncia foi registrada. A narrativa? De que o secretário de obras Thiago Malagoli teria mandado fazer um serviço para um tal “proprietário amigo” usando bens públicos.

A PM, fazendo seu papel legal, deslocou viaturas e policiais ao local. E o que encontraram? Exatamente o que se esperava: os servidores públicos Diefferson Virgílio dos Santos e Carlos Henrique Douglas, operando máquinas da Prefeitura, executando serviços de manutenção de estrada no Distrito de Esmeril. Estradas vicinais. Aquelas que ligam assentamentos, pequenas comunidades e produtores à cidade.

Não se tratava de favor pessoal. Não havia propriedade privada. Não havia desvio de conduta. Havia, sim, documentos oficiais: o Ofício RAR 076/2025, assinado pela vereadora Raquel Aparecida Rezende, solicitando expressamente melhorias no Assentamento São Pedro.

Havia também uma requisição de serviço protocolada por Rafael Cardoso, no dia 30 de maio, pedindo manutenção na estrada do Esmeril, “perto da igrejinha”. Tudo legítimo. Tudo registrado, comprovado acima.

Apesar disso, em vez de um simples pedido de informações ou um telefonema, foi necessário envolver um tenente (Lucas Pinho Chacon de Azevedo), um sargento (Thiago Gonçalves Caixeta), um soldado (Julio Augusto Batista) e mais uma viatura. Toda essa estrutura pública foi desviada para constatar que… a Prefeitura estava fazendo seu trabalho.

A denúncia, como não poderia deixar de ser, foi descartada. Não havia crime, nem flagrante, nem sequer indício de irregularidade.

Mas a cortina já havia subido: fotos circularam, vídeos foram feitos, e os servidores passaram de agentes públicos a alvos de desconfiança — pelo simples fato de cumprirem o cronograma de manutenção rural.

Mais grave ainda é a tentativa de criminalizar o serviço público com base em rivalidades por ego ferido e políticas do caos.

O REDS relata que os advogados da Prefeitura, Lucas Eduardo Silva Ferreira e Victor Matias de Melo Pessoa, apontaram o caráter calunioso e difamatório da acusação.

E, de fato, não é a primeira vez que Juliano Quirino protagoniza denúncias frágeis que acabam servindo mais de palanque do que de alerta, assim como a denúncia da Fenacafé.

Se continuar assim, qualquer lâmpada trocada na zona rural pode virar escândalo. O poste pode estar “favorecendo” alguém. A patrol pode ser “aliada política”. O trator, um cabo eleitoral.

Enquanto isso, crimes reais seguem esperando por atenção. Mas, claro, é mais fácil investigar uma estrada de terra do que encarar a realidade e o ego ferido.

 

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