Educação

Sind‑UTE convoca assembleia virtual, mas evidências reforçam êxito das escolas cívico‑militares

Enquanto o sindicato denuncia suposta ‘militarização’, especialistas apontam ganhos em disciplina, segurança, desempenho e civismo, e comunidades aguardam consulta para decidir futuro escolar das escolas

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O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) convocou, para esta quinta-feira (3), uma assembleia virtual com o objetivo de organizar resistência contra a ampliação das escolas cívico-militares no estado. A proposta do governo de Romeu Zema prevê a implantação do modelo em mais de 700 unidades, com início previsto para o próximo ano letivo.

Segundo o sindicato, o programa ameaça a autonomia escolar, impõe uma estrutura autoritária e emprega militares “sem formação pedagógica”, em detrimento da contratação de profissionais da educação. O discurso, no entanto, esbarra em fatos que mostram justamente o contrário: onde o modelo foi implantado, houve redução da violência, melhora no desempenho dos alunos e aumento da participação das famílias no ambiente escolar.

Em cidades como Goiânia, Belo Horizonte e Curitiba, a experiência das ECIMs demonstrou resultados significativos. Dados de avaliações nacionais mostram crescimento nos índices de proficiência, especialmente em matemática e português. A presença de militares da reserva, capacitados em gestão e mediação de conflitos, ajuda a criar um ambiente mais organizado, sem interferir no conteúdo das aulas, que continua sob responsabilidade dos professores concursados.

Em Patrocínio, no Alto Paranaíba, quatro escolas estaduais — Professora Ormy Araújo Amaral, José Eduardo Aquino, Dom Lustosa e Irmã Gislene — foram pré-selecionadas para aderir ao programa. A Secretaria Estadual de Educação confirmou que as comunidades escolares dessas instituições participarão de reuniões entre os dias 5 e 18 de julho, para entender o funcionamento do modelo e decidir sobre a adesão.

Ao contrário do que afirma o sindicato, o processo de implementação é transparente e respeita a decisão coletiva. A gestão compartilhada não significa substituição de educadores por militares, mas sim reforço à estrutura escolar, com foco em disciplina, civismo, valores éticos e apoio à aprendizagem. Além disso, os recursos destinados ao programa não comprometem o orçamento da educação, pois vêm de fundos específicos voltados à segurança e gestão administrativa.

Ainda assim, o Sind-UTE mantém uma postura contrária ao modelo, desconsiderando avanços comprovados e sustentando um discurso que nem sempre representa o interesse da maioria dos educadores e das famílias. A mobilização organizada pela entidade tenta reavivar um embate ideológico já superado pela realidade de muitas escolas, onde alunos voltaram a ter rotina, respeito e foco nos estudos.

A adesão à escola cívico-militar não é obrigatória, mas o direito das comunidades de optar pelo novo modelo precisa ser respeitado. Ignorar os benefícios concretos em nome de narrativas ultrapassadas é, no mínimo, um desserviço à educação pública.

O que diz o sindicato — e o que mostram os fatos

1. “Militarização suprime a pedagogia”.
Nos colégios cívico‑militares, militares da reserva atuam na gestão administrativa e na mediação de conflitos, enquanto o currículo segue a Base Nacional Comum, ministrado por professores concursados. Relatório publicado na International Journal of Educational Development revelou queda de 32 % na evasão e aumento médio de 0,8 ponto no Ideb em escolas de Goiás que adotaram o modelo.gazetadopovo.com.br

2. “Falta formação educacional”.
Antes de assumir funções, os militares passam por capacitação pedagógica obrigatória e trabalham em dupla com coordenadores civis. Em vez de impor conteúdo, eles liberam docentes para lecionar sem interrupções causadas por indisciplina — fator decisivo para que, no Rio Grande do Sul, a nota dos anos finais saltasse de 3,0 (2019) para 6,8 (2023) no Ideb.gauchazh.clicrbs.com.br

3. “Custa caro e tira vaga de professor”.
O pagamento de monitores militares vem de rubrica específica de segurança e gestão, não dos salários do magistério. Cada ECIM continua obrigada a manter quadro completo de docentes efetivos e a executar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários. Segundo a Secretaria de Educação, o custo por aluno fica até 18 % menor graças à redução de vandalismo e repetência.

4. “É autoritário e fere a liberdade de expressão”.
Todas as ECIM só entram em vigor após consulta pública, com voto de pais, alunos e servidores. O regimento interno mantém grêmios estudantis, aulas de artes e debates, apenas coíbe bullying e violência física. A gestão compartilhada difere de quartel: prepara estudantes para cidadania ao exigir pontualidade, uniforme e respeito mútuo — valores que qualquer instituição séria deveria cultivar.

Patrocínio na rota da mudança

No Alto Paranaíba, Patrocínio pode se tornar vitrine do programa: as escolas estaduais Professora Ormy Araújo Amaral, José Eduardo Aquino, Dom Lustosa e Irmã Gislene já foram pré‑selecionadas e passarão por audiências até 18 de julho. A adoção trará investimentos em infraestrutura, internet de alta velocidade, laboratórios revitalizados e monitores treinados para auxiliar na disciplina, liberando diretores para focar em projetos pedagógicos.

Por que dizer “SIM”

  • Desempenho acadêmico: IDEB mais alto e notas superiores em matemática e português.

  • Segurança e clima escolar: queda expressiva em ocorrências de violência, furtos e depredação.

  • Participação familiar: reuniões de pais 35 % mais cheias, segundo levantamento da própria secretaria.

  • Formação cidadã: reforço de valores como respeito, cooperação e serviço à comunidade.

Ao repetir velhos slogans, o Sind‑UTE arrisca ficar fora do debate real. Famílias, alunos e professores querem soluções objetivas — não doutrinação ideológica nem promessas vazias de “valorização” que nunca chegam ao contracheque.

Não se deixe enganar: diga sim à escola cívico-militar. Educação de qualidade também se faz com ordem, respeito e responsabilidade.

 

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