Política

A “Caixa de Pandora” do Batmam do Cerrado: ego ferido, chantagens frustradas e a tentativa desesperada de reescrever sua queda

Na véspera de sua performance mais aguardada, Batmam do Cerrado ensaia sua volta aos holofotes com promessas de revelações, mas carrega consigo um histórico que fala mais alto que qualquer microfone.

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Após ‘abandonar’ o centro do poder — não por vontade própria, diga-se — Batmam de Patrocity iniciou uma verdadeira jornada de resgate de aliados. Ligou para antigos parceiros, tentou reencontrar aqueles que outrora estiveram ao seu lado, buscando recuperar os laços que ajudaram a sustentar a imagem de guardião da ética e da transparência que ele tentou vender. Mas, para surpresa de ninguém, encontrou silêncio. Aqueles que o conhecem de perto, e que testemunharam de dentro os episódios de descontrole, prepotência e manipulação, optaram por manter distância. Muitos se esquivam, evitam retornar ligações e outros, simplesmente, sumiram do mapa. O isolamento não é político: é consequência direta de suas próprias atitudes.

Decepcionado, rejeitado e faminto por atenção, Batmam do Cerrado prepara agora sua grande reaparição pública. E como bom narcisista com traços de messianismo político, escolheu o formato que mais favorece a autopromoção sem confronto: um podcast, onde pretende “abrir a Caixa de Pandora” da política local. Sim, a mesma caixa que ele deixou lacrada quando fazia parte do governo, até mesmo porque, não tem nada a ser mostrado — e da qual, agora, pretende tirar “revelações” que jamais teve coragem de denunciar enquanto ocupava cargo de confiança.

Mais irônico que o nome do programa é o roteiro: segundo suas próprias palavras, vai expor bastidores da última eleição e fazer um “raio-x do atual governo”. Só não explicou por que levou três meses para decidir falar. Por que não falou enquanto ainda estava no jogo? Por que aceitou permanecer num governo que, agora, tenta deslegitimar? A resposta está na frustração: tentou de todas as formas ser reconduzido. Usou empresários, amigos, pressionou aliados, pediu para que se demitissem em solidariedade a ele, e esperou — em silêncio — por um retorno que nunca veio. Quando ouviu o “não” definitivo, resolveu atacar.

Mas para quem conviveu com o personagem, essa narrativa não surpreende. Desde o início, Batmam do Cerrado demonstrava um comportamento incompatível com qualquer noção básica de coletividade. Tinha um senso inflado de importância, uma sede de controle insaciável e um desprezo absoluto por qualquer autoridade que não fosse a sua própria. Entrava em salas de servidores aos gritos, proferia ofensas, tratava colegas como subordinados pessoais e agia como se a administração pública fosse sua empresa privada.

Não bastasse o desrespeito interno, também colecionava episódios de desfeitas públicas. Rompeu laços, atacou internamente e passou a minar a confiança da equipe, tentando colocar ex-amigos contra o governo e o governo contra os ex-amigos. A cada movimento, deixava claro que o projeto sempre foi um só: ele mesmo.

E quando foi definitivamente afastado, sua reação foi ainda mais reveladora. Em vez de reconhecer os erros, passou a ameaçar secretários, diretores e até as meninas que trabalhavam com ele. Criou uma rede de chantagens veladas e jogou baixo, como sempre fez. Tentou inverter os papéis: de vilão, queria virar mártir. De arrogante, passou a se vender como injustiçado.

Agora, com microfone à disposição, vai tentar transformar ressentimento em revelação. Vai dizer que foi afastado por querer investigar a Fenacafé. Vai tentar pintar o governo como antro de corrupção — sem jamais ter formalizado qualquer denúncia enquanto estava no poder. Vai atacar antigos colegas, criar teorias conspiratórias e sugerir que foi silenciado por querer ser ético. Mas a realidade é mais simples (e mais dura para ele): está tudo no Diário Oficial. A contratação dos shows, os termos de cooperação com o Sindicato Rural — tudo transparente, tudo publicado, tudo regular.

O que Batmam do Cerrado fará é teatro. As perguntas que serão feitas a ele — segundo já circula nos bastidores — foram escolhidas por ele mesmo. Serão “levantadas” para que ele “chute”. Mas o gol será contra. Porque sua narrativa é furada, repetitiva, e já não engana ninguém.

A população de Patrocínio conhece bem esse personagem. Já viu essa encenação antes. Prometeu desmascarar os barracões. E nada. Jurou que traria à tona o caso do Passat preto. E nada. Passou anos com a promessa de abrir dossiês, fazer revelações, expor verdades — e tudo o que entregou foram monólogos histéricos, vazios de prova, mas cheios de pose.

Agora, mais uma vez, tentará polarizar a cidade. Vai tentar criar tensão entre os Elias e os Brasileiros. Vai, possivelmente, atacar pessoas que o trataram com respeito. Vai cuspir no prato onde comeu e fingir que não foi ele mesmo quem quebrou a louça.

E depois? Depois do espetáculo, o fim de sempre: o retorno ao batmóvel preto, a troca da noite pelo dia, as horas gastas entre videogames e conteúdos de gosto duvidoso, e o peso da realidade batendo à porta. Porque fora da tela e longe dos microfones, Batmam do Cerrado não tem mais aliados, nem palco, nem comando. Tudo o que lhe resta é o eco da própria voz e o reflexo de um personagem que foi tragado pelo próprio delírio.

A verdadeira Caixa de Pandora, afinal, não está na política local. Está trancada dentro do próprio Batmam — e, ao que tudo indica, ele perdeu a chave há muito tempo.

 

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