Notícias Locais

”MUDANÇA” DA CORRIDA DA FOGUEIRA NÃO É DESVALORIZAÇÃO – É RESPONSABILIDADE

Assim como no ano passado, evento não será realizado na Praça Santa Luzia por questões estruturais, de segurança e logística. Decisão é técnica, não política.

Droga Centro - Farmácia Popular
[forminator_poll id=”12765″]

É compreensível que mudanças em eventos tradicionais despertem reações e até insatisfações, especialmente por parte de comerciantes que dependem do fluxo gerado por essas celebrações. No entanto, é preciso analisar com responsabilidade, justiça e visão ampla os motivos que levaram à transferência da Corrida da Fogueira da Praça Santa Luzia para a Praça da Matriz.

Antes de mais nada, é importante lembrar que esta mudança não é inédita nem inesperada. Em 2024, o evento ainda na época do Boca Torta – que também costumava ocorrer na Santa Luzia – já havia sido transferido por motivos mais do que óbvios: falta de estrutura adequada, risco à segurança, falta de iluminação adequada e dificuldades logísticas. A mesma realidade se aplica à Corrida da Fogueira este ano.

A Praça da Matriz oferece infraestrutura urbana mais robusta, com melhor distribuição de iluminação, vias de acesso mais amplas, maior área de escape e, sobretudo, mais segurança para atletas, público e equipes de apoio. Estamos falando de uma competição que envolve centenas de corredores, além de expectadores, ambulâncias, sistema de som, pontos de hidratação e um aparato técnico que não pode mais ser improvisado ou comprimido em um espaço defasado e entupido de caixotes.

A Praça Santa Luzia, por mais simbólica que seja, não está em condições técnicas de receber um evento desse porte neste momento. Os quiosques construídos na gestão anterior continuam sem licitação por culpa da antiga gestão, o espaço carece de manutenção e há um déficit estrutural inegável para garantir a segurança e o conforto tanto dos participantes quanto do público.

A acusação de que a Praça está sendo “estrategicamente esvaziada” é leviana e ignora o processo legítimo de requalificação urbana. A ausência de licitação dos quiosques segue os trâmites legais, e não pode ser acelerada por pressões circunstanciais, sob o risco de gerar ilegalidades e prejuízo à coletividade.

Além disso, a decisão da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer foi pautada em critérios técnicos claros e objetivos. O foco não é prejudicar comerciantes, e sim preservar a qualidade do evento, garantir segurança e proporcionar à população uma experiência organizada, segura e acolhedora.

A nostalgia é compreensível, mas não pode se sobrepor ao bom senso. Tradição não significa estagnação. Eventos populares precisam crescer, evoluir e se adaptar. A Corrida da Fogueira continua viva, gratuita, democrática e relevante — e isso é o que deve prevalecer.

A Praça Santa Luzia merece ser valorizada, sim. Mas com planejamento, investimento responsável e ações concretas, e não com discursos que desconsideram a realidade prática e os desafios técnicos do presente.

Decisões públicas precisam ser guiadas por responsabilidade, e não por clamor emocional e oposição burra. E nesse caso, foi exatamente isso que foi feito.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
[forminator_poll id="14691"]