Feira Afro-Brasileira destaca ancestralidade e movimenta rede municipal com produções culturais e pesquisa

A segunda edição da Feira Científico-Cultural Afro-Brasileira, realizada nesta terça-feira (18) na quadra do Colégio Municipal Professor Olímpio dos Santos, transformou o espaço escolar em palco de múltiplas expressões artísticas, debates identitários e produções científicas desenvolvidas ao longo do ano letivo. Com o tema “Ubuntu: Eu sou porque nós somos”, a iniciativa reafirmou o esforço da rede municipal de ensino para construir práticas pedagógicas que reconhecem a ancestralidade afro-brasileira como parte estruturante da formação dos estudantes.

O evento reuniu o prefeito Gustavo Brasileiro; o presidente da Câmara Municipal, vereador Nikolas de Queiroz Elias; o secretário municipal de Educação, Alexandre Vitor Castro da Cruz; além de diretores, equipes pedagógicas, professores do Conservatório Municipal e representantes de instituições públicas. A presença das famílias deu ao encontro o caráter comunitário pretendido pelos organizadores.

A programação começou com a execução do Hino Nacional e do Hino a Patrocínio, seguida de apresentações preparadas pelas escolas da rede. Dança afro, jongo e encenações que abordaram ancestralidade e identidade cultural ocuparam o centro da quadra, numa amostra de como os temas trabalhados ao longo do ano se desdobraram em atividades concretas de criação, pesquisa e expressão artística. Professores destacaram que o foco da feira é transformar conteúdos curriculares em experiências formativas capazes de dialogar com a realidade dos alunos.

Um dos momentos mais aguardados foi o lançamento do livro “Akin, o xodó do cerrado, e a força da ancestralidade”, escrito pela professora Lília Gonçalves e produzido pelo Núcleo de Apoio Pedagógico (IDEA). A obra, voltada ao público infantil, integra o conjunto de ações da secretaria para ampliar a representatividade nas narrativas usadas nas salas de aula e aproximar as crianças da cultura local e de referências afro-brasileiras.

A Mostra de Trabalhos Científico-Culturais ocupou o entorno do evento com pesquisas, experimentos e projetos desenvolvidos por Centros de Educação Infantil e Educandários Municipais. Os trabalhos evidenciaram a integração entre ciência, cultura e identidade — uma combinação que, segundo gestores da educação, fortalece a formação integral e amplia a autonomia dos estudantes.

Ao final, a secretaria de Educação reafirmou que a feira integra um conjunto permanente de ações previsto pela política educacional do município. A intenção é manter a temática afro-brasileira incorporada ao planejamento anual das escolas, garantindo que diversidade, pertencimento e memória coletiva não apareçam apenas em datas comemorativas, mas como eixo contínuo das práticas pedagógicas.