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Editorial – Folha de Patrocínio Liberdade de imprensa: um princípio que não pode ser seletivo

Rede Hoje repudia hoje, mas ontem jamais. Coerência ou hipocrisia?

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A Folha de Patrocínio leu com atenção o recente editorial da Rede Hoje em defesa do Jornal de Patrocínio. E, antes que nos acusem de qualquer distorção, repetimos com clareza: somos e sempre seremos defensores da liberdade de imprensa — de todos, grandes ou pequenos. Nenhum veículo deve ser calado por informar, questionar ou fiscalizar.

Mas os fatos não permitem esquecer. Hoje, a Rede Hoje repudia; ontem, se calou. Onde estavam os editoriais inflamados quando a Folha de Patrocínio e o Patrocínio é Notícia foram arrastados para um dos períodos mais violentos da história recente da imprensa local? Onde estavam as notas e as palavras bonitas quando o antigo governo — com ex-prefeito, ex-secretários e até vereadores — moveu uma máquina de processos, ameaças e intimidações para tentar nos destruir?

Foram mais de 40 processos, ataques diários, ameaças veladas e explícitas e até tentativas de agressão física. Dentro da Câmara Municipal, um ex-assessor agressor tentou nos calar à força, porque denunciávamos os privilégios e pagamentos ilegais à sua namorada forasteira, bancados com dinheiro da Cultura.

Nos bastidores, o famoso “Despachante do Mal” operava como um verdadeiro braço de pressão, buscando silenciar vozes que ousassem contrariar os interesses do poder. E nossas reportagens continuavam a mostrar absurdos: uma ex-secretária liberando verbas para artistas de fora, como um tal Carlos Caetano, de Belo Horizonte; recursos enviados para uma “escola de fachada” da própria secretaria, sem sequer funcionar; e um festival de privilégios que envergonhava qualquer gestão que se dissesse séria.

E durante todo esse cenário de perseguição insana, o que tivemos da maior parte da imprensa local? Nada. Silêncio. Omissão. Nem um editorial, nem uma nota, nem um gesto público de apoio. A liberdade de imprensa, ao que parece, era um direito exclusivo dos que era conveniente defender.

Agora, quando um dos “grandes” é atingido, surgem frases de efeito, indignação repentina e editoriais cheios de virtude. Perdão, mas essa postura soa como aquilo que é: liberdade seletiva. E liberdade seletiva não é liberdade; é conveniência travestida de princípio.

Reafirmamos: somos solidários ao Jornal de Patrocínio, como sempre fomos com qualquer colega de imprensa ameaçado ou intimidado. Mas exigimos coerência. Ou a liberdade de imprensa vale para todos, sem distinção, ou não passa de hipocrisia institucionalizada.

Hoje, a Rede Hoje repudia. Ontem, fingiu que não via. Que cada leitor tire suas próprias conclusões sobre o que, de fato, está em jogo.

Folha de Patrocínio


 

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